A situação do deputado estadual Roberto Carlos dentro do PDT continua em águas de indefinição. O parlamentar já deixou claro que sua permanência no partido depende de uma eventual volta da sigla ao arco de apoio do governador Rui Costa (PT) e do senador Jaques Wagner (PT).
Nesta segunda-feira (14), o deputado repetiu que tenta costurar o retorno, ainda que essa concretização seja improvável. Mas, caso sua saída se confirme, Roberto Carlos já tem preferência: a nova casa tem que ter lutas similares a do PDT e segundo ele, o PSB é um possível caminho.
“Eu tenho preferência sim, se realmente o PDT não vier e eu tiver que sair, eu vou ter que ter um partido da base aliada do governador Rui Costa, mas que se aproxime da história do PDT das lutas do PDT, da ideologia partidária do PDT. Não resta dúvida que [o PSB] é [uma possibilidade]”, afirmou ao Bahia Noticias.
Antes de tomar uma decisão sobre mudança partidária, o deputado aponta que uma “última conversa” deve acontecer nesta semana entre ele, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e com o deputado federal e presidente do PDT na Bahia, Félix Mendonça Júnior.
“Estou conversando para fazer as últimas tratativas da minha permanência ou não. Mas não abri ainda a discussão com nenhum partido, embora já tenham conversado, abri uma conversa com o governador Rui Costa, para sentir como é que vai ser esse termômetro. Ainda tenho uma última conversa com Lupi e Félix”, informou Roberto Carlos.
O desembarque do político era esperado após o partido sair da base de apoio do governador Rui Costa (PT) e migrar para o grupo adversário, liderado pelo ex-prefeito de Salvador e pré-candidato ao Palácio de Ondina em 2022, ACM Neto (UB). Apesar de suas tentativas até o “último segundo”, declarações recentes de Félix simplificam a equação do PDT para as eleições de 2022. O deputado deixou claro o posicionamento da sigla ao dizer que os deputados que apoiarem Wagner “não têm condições de continuar no partido”, carapuça que serve para Roberto Carlos e Euclides Fernandes, que passa por situação semelhante.
As falas de Félix apontam que os pedetistas devem reeditar a aliança com os Democratas em Salvador e a nível Bahia para apoiar ACM Neto. Nas eleições municipais de 2020, o partido indicou o nome para a vice de Bruno Reis, que foi ocupado por Ana Paula Matos. A nível nacional, ainda existe a possibilidade de Neto apoiar a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República e assim dar palanque ao pedetista na Bahia.
A possibilidade de Roberto Carlos migrar para o PSB já havia sido apontada por interlocutores e nesta segunda (14), a deputada federal Lídice da Mata, que também é presidente da sigla na Bahia, confirmou ao BN que alguns nomes já procuraram o PSB para uma eventual migração, inclusive Roberto Carlos. Segundo Lídice, o deputado a procurou e uma conversa ficou marcada para discutir o futuro do parlamentar.
Lídice, contudo, apontou para a possibilidade de o PSB integrar uma federação, cenário que traria algumas particularidades para as arrumações políticas, a exemplo da cota que cada partido da federação terá para indicar candidatos.
Dentro da base do governador Rui Costa (PT), o secretário de Relações Institucionais, Luiz Caetano, também se posicionou sobre a situação, fez afagos a Roberto Carlos e garantiu espaço para ele dentro do grupo. Segundo o titular da Serin, o deputado “cabe em qualquer partido que quiser ir” e é um “companheiro” do grupo político.
Bahia Noticias/Anderson Ramos / Gabriel Lopes Foto: Ilustrativa