Um quadro formidável para qualquer conjuntura política, seja ao lado de João Campos ou Raquel Lyra, Miguel Coelho pode ser a peça-chave na disputa pelo Palácio das Princesas. Atualmente aliado de João Campos, Miguel já foi rejeitado por Raquel no passado. Agora, nos bastidores, circulam rumores de que a governadora tenta corrigir esse erro e estaria disposta a oferecer a ele a mais importante pasta do governo como forma de atraí-lo para seu projeto de reeleição. Segundo interlocutores, Raquel teria oferecido a Secretaria de Desenvolvimento Econômico ao ex-prefeito de Petrolina.

Por outro lado, João Campos comanda a prefeitura mais importante do estado e já garantiu ao União Brasil duas posições estratégicas na gestão. No entanto, apesar da influência política da capital, a disputa pelo Senado pode se tornar um desafio para Miguel Coelho. A vaga é cobiçada por aliados do prefeito, nomes com potencial de voto, o que coloca em evidência a grande dúvida: quem será o escolhido pelo PSB?

Entre os concorrentes, aparecem figuras de peso como Silvio Costa, Marília Arraes e o senador Humberto Costa. Esse xadrez político será resolvido no momento certo, e essa incerteza pode ser a maior preocupação de Miguel. Vale lembrar que seu pai, o senador Fernando Bezerra, também aspirava disputar o governo do estado na época de Eduardo Campos. No último instante, porém, Eduardo optou por Paulo Câmara, deixando a vaga do Senado para Fernando, que acabou saindo vitorioso.

Na política, os Campos fazem suas escolhas conforme suas conveniências — assim como os Coelho em Petrolina, que decidiram colocar Simão Durando à frente da maior prefeitura do Sertão. Simão, de plena confiança do grupo, dificilmente tomaria um rumo contrário aos interesses de quem o colocou no cargo. Para João Campos, a escolha do candidato ao Senado precisa manter seu grupo confortável, equilibrando forças. Já para Raquel Lyra, a decisão seria bem mais simples: sem um nome forte no Sertão, a adesão de Miguel Coelho ao seu projeto de reeleição seria um verdadeiro golpe de mestre, um xeque-mate contra João Campos.

O jogo está em andamento, mas, ao contrário do futebol, aqui o artilheiro pode ser decisivo na sua própria defesa. Miguel Coelho tem em suas mãos o destino da sua trajetória política: ser senador ao lado de quem o fortaleça e o deixe mais confortável. Agora, resta a grande pergunta: em qual rede Miguel marcará seu gol? Será na de Raquel Lyra ou na de João Campos?