Dr. Arcênio Rodrigues, advogado tributarista

“Os números não mentem: 58% dos brasileiros afirmam não confiar mais no presidente Lula. Trata-se de um dado simbólico e politicamente grave para quem, por décadas, foi considerado o principal líder popular do país. Hoje, Lula perdeu a centralidade política e o prestígio social que outrora o consagravam como voz dos mais pobres e operários.

O desgaste vai além da impopularidade momentânea. O que se observa é um esvaziamento de liderança, um Lula que já não mobiliza, não empolga e não dita mais o ritmo do debate nacional. O carisma que o elevou à presidência por três vezes parece ter dado lugar a um governo sem rumo claro, marcado por alianças desgastadas, pragmatismo excessivo e falta de entregas reais.

Mesmo entre antigos eleitores fiéis, cresce o sentimento de frustração. Muitos reconhecem que a esperança que Lula representava já não existe mais. A retórica de passado, os ataques ao ‘mercado’ e a insistência em narrativas superadas não conseguem mais esconder a ausência de resultados concretos, sobretudo na economia e na segurança pública.

Além disso, o PT não possui nenhuma liderança capaz de sucedê-lo com densidade eleitoral. Lula, que sempre foi o esteio do partido, hoje representa também seu maior obstáculo à renovação. Sem Lula forte e sem um novo nome, o PT está paralisado, preso a uma figura que já não lidera nem entusiasma.

Se as eleições fossem hoje, Lula enfrentaria uma base desmobilizada, um país cético e uma oposição em crescimento. Em outras palavras: a era Lula parece ter chegado ao fim.”