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Comunidades sem água potável em Curaçá (BA)

A crise no saneamento básico por qual passa Curaçá atinge todas as áreas: esgotamento sanitário, como vimos na publicação passada; nos resíduos sólidos (lixo), como vereamos em publicação futura; e também na distribuição de água. Esse é o menos crítico setor entre todos, uma vez que os demais enfrentam graves problemas. Mesmo assim, no abastecimento de água, ainda há muitas demandas, mesmo em localidades onde passa rede de água do SAAE, órgão concessionário do saneamento em Curaçá. É o caso do Assentamento Olho d’Água e Comunidade Chiqueiro da Onça. “Infelizmente a nossa comunidade passa pelo problema de falta de água pra beber. A encanação passa aqui. Foi instalada pelo SAAE, pela Prefeitura, gestão passada, e nós da Comunidade. Nos unimos, tivemos gastos, mas sem êxito. Nessa gestão, fizemos abaixo-assinado, fomos no SAAE, várias vezes, e até hoje não temos água morando bem perto da Cidade”, revelou Afonso Coelho, residente Sítio União, comunidade de Chiqueiro da Onça, a 6 km da Cidade. Mas há também muitas outras demandas na Cidade e Interior. E é um direito das pessoas. A Lei 11.445/2007 estabelece como princípio a “universalização do acesso e efetiva prestação do serviço (inciso I do Artigo 2°)”, ou seja, a todos. Os municípios precisam se preparar para isso.

Os últimos dados do SNISS (Sistema Nacional de Informações de Sistemas de Saneamento –http://www.snis.gov.br/) apontam cerca de 350 ligações anuais em Curaçá, sendo somente pouco mais da metade da média dos 5 anos anteriores, portanto o problema só vem se acumulando. O Governo Municipal defende a bandeira da saúde, todavia o setor de saneamento (saúde ambiental e prevenção a doenças) foge muito disso. Dados da OMS e Ministério da Saúde atestam que a cada um real investido em saneamento se economizam quatro em atendimentos hospitalares. Fora isso, o custo para abastecer comunidades rurais é elevado, pois é feito por pipas que chegam a custar 200 reais ao camponês, como nos informou Afonso. Também há custos para o Município que aluga pipas e paga combustível para os carros da frota (caso haja) e ainda pagam a água coletada no manancial. Infelizmente a gente não vem conseguindo obter resposta por parte do SAAE.

 

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