Política

Presidente do PT-PE diz que entrega de cargos só vai à mesa após eleição

Por Renata Bezerra de Melo/ FolhaPE

A essa altura do campeonato, quando a tática do PSB de esgarçar as fragilidades do PT se mostra consolidada, surge, no partido, um eco maior dos que defendem a entrega dos cargos que a sigla ocupa na gestão Paulo Câmara. O senador Humberto Costa, por exemplo, que já havia defendido a devolução do espaço na Prefeitura do Recife, entregue por Oscar Barreto, ainda no 1º turno, não faz objeção à possibilidade de o partido abrir mão da cota da qual dispõe no Governo do Estado. Ele atribui, no entanto, a decisão, “tanto de entrar como de sair do governo” a um entendimento do Diretório Estadual. “Não tenho apego a esses cargos. Não sei se vale a pena no meio do processo eleitoral, tomar uma decisão, mas não tenho apego algum. O diretório estadual vai discutir”. Presidente do PT em Pernambuco, Doriel Barros, à coluna, sublinha a importância do PT para a vitória do governador Paulo Câmara em 2018, e diz que o partido “foi fundamental” para o projeto de reeleição do socialista. Faz referência às alianças em vários municípios no interior do Estado, no 1º turno, e cita Garanhuns, onde Sivaldo Albino, do PSB, foi eleito com o PT na vice. Explica que pesou, até aqui, “uma leitura de que a presença nossa no governo se dava em função das eleições que disputamos” e reforça: “E, com apoio nosso, Paulo Câmara foi reeleito”. Naquele ano, o PT nacional rifou a candidatura de Marília Arraes em troca de uma neutralidade no PSB no 1º turno da corrida presidencial.

No 2º turno, os socialistas votaram em Fernando Haddad. Doriel explica que esse sentimento em relação à eleição de Paulo Câmara permanece, mas pondera que as coisas, de fato, estão “mais acirradas” entre PSB e PT neste 2º turno. Então, assinala: “Não concordamos com esse tipo de ataque. Agora, o central nesse momento que está em discussão é a disputa pela Prefeitura do Recife e não o Governo do Estado”. Doriel diz é preciso “ajudar Marília Arraes a vencer”. O dirigente admite que há uma “agressividade” na direção do PT e pontua: “Mas já nos manifestamos, não concordamos e não aceitamos”. Avisa, então, que eventual entrega dos cargos vai ao debate após o pleito. “Passadas as eleições, vamos sentar para discutir isso”, informa Doriel. E conclui: “Agora, estamos envolvidos na eleição de 2º turno”. No Governo do Estado, o PT tem em sua cota Secretaria de Agricultura, o Iterpe, EPTI e o IPA.

 

 

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