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Alberto Feitosa cobra apoio para criar CPI sobre ação policial em protesto

APURAÇÃO – “Após 12 dias, o governador Paulo Câmara ainda não sabe dizer à população quem deu a ordem.” Foto: Nando Chiappetta

O deputado Alberto Feitosa (PSC) voltou a repercutir o episódio de repressão policial no protesto contra o presidente Jair Bolsonaro ocorrido no último dia 29, no Centro do Recife. Em discurso na reunião Plenária desta quinta (10), ele cobrou dos partidos de esquerda apoio ao requerimento dele para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Alepe, a fim de investigar os fatos.

Conforme destacou, os deputados Teresa Leitão (PT), Dulci Amorim (PT), Doriel Barros (PT) e João Paulo (PCdoB), além do mandato coletivo Juntas (PSOL), divulgaram uma nota pública ontem rejeitando a proposta. O documento alega que a CPI sugerida por Feitosa teria “vício de origem” e estaria partindo de “uma bancada que apoia o armamento da população e aplaude ações violentas da polícia”.

O parlamentar do PSC reagiu às afirmações e criticou as atitudes do Governo do Estado depois do incidente. “Após 12 dias, o governador Paulo Câmara ainda não sabe dizer à população pernambucana quem deu a ordem [para a ação policial]. Com a CPI, poderemos saber a verdade e fazer o trabalho constitucional desta Casa de fiscalizar os atos do Poder Executivo”, disse. “Ninguém aqui aplaude a violência da polícia”, agregou.

Alberto Feitosa considera importante esclarecer os motivos para a exoneração dos então comandante-geral da Polícia Militar, coronel Vanildo Maranhão, e do secretário de Defesa Social, Antônio Pádua. Também criticou o vazamento, na imprensa, de nomes de agentes envolvidos na repressão à manifestação.

Segundo o deputado, PT, PSOL e PCdoB “protegem o Palácio do Campo das Princesas” por interesses eleitorais. “Há uma verdadeira ‘operação abafa’ desses partidos. Diante de tanta proteção, fica claro para mim que a ordem não partiu do comandante da PM e do secretário, que se demitiram, e sim do Palácio”, sustentou.

Respostas

Em aparte, João Paulo declarou não ser obrigado a assinar o instrumento defendido por Feitosa para a apuração e sugeriu que busque apoiamento de outros colegas. “Tanto o presidente desta Casa como o governador se posicionaram no sentido de garantir as investigações para a elucidação dos fatos”, pontuou.

Na opinião da titular das Juntas, deputada Jô Cavalcanti, o debate deve ocorrer no âmbito da Comissão de Segurança Pública da Alepe. Ela acusou Feitosa de tentar “constranger” os colegas. “Não é momento de fazer palco com um assunto tão importante. Quando o senhor vai às redes falar a sua posição de extrema-direita, de apoiador de Bolsonaro, não parece que está querendo discutir o cerne do que aconteceu”, observou.

Na mesma linha, Teresa Leitão analisou que o objetivo do parlamentar do PSC é tentar interferir no caminho escolhido pelo bloco de esquerda ao cobrar a apuração. “Dizer que não queremos investigar é não reconhecer a verdade dos fatos. Não aceitamos esse tipo de afirmação. Há vídeos poluindo as redes sociais, dizendo que a vereadora do PT Liana Cirne [que desmaiou ao ser atingida por spray de pimenta] fez curso de artes cênicas”, lamentou.

A deputada Priscila Krause (DEM), por sua vez, mencionou outras ações policiais violentas durante o Governo do PSB e posicionou-se a favor da criação da CPI. “O comandante-em-chefe da Polícia Militar de Pernambuco é Paulo Câmara”, reforçou. “Que governador é esse que não acompanha de perto uma crise, não comanda seus comandados, não consegue impor sua autoridade?”, perguntou a democrata.

Pesar

Em outro momento do pronunciamento, Alberto Feitosa lamentou a morte de Iranete Correia de Amorim, liderança comunitária do Córrego do Jenipapo (Zona Norte do Recife), aos 60 anos, vítima de Covid-19. “Ela marcou sua trajetória, acima de tudo, por seu compromisso social e com as crianças e adolescentes. Que Deus a receba e conforte os amigos e familiares”, expressou.

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