Política
Lira e Pacheco vencem e rompem com bolsonarismo, mas deixam recado ao STF
Os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foram reeleitos nesta quarta (1ª) para comandar o Congresso Nacional pelos próximos dois anos.
Com uma vitória recorde de 464 votos, o deputado Arthur Lira, que já foi apoiador de Bolsonaro, defendeu a democracia e disse que era hora de “desinflamar” o Brasil. Rodrigo Pacheco, outro antigo aliado bolsonarista, também relembrou valores democráticos em seu discurso, após derrotar Rogério Marinho (o candidato do ex-presidente) por 49 votos a 32.
Bernardo Mello Franco, colunista do jornal “O Globo”, avalia que os discursos dos líderes do Congresso Nacional procuram se distanciar do bolsonarismo, mas ainda sinalizam desconforto com o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Tanto o Rodrigo Pacheco quanto o Arthur Lira aproveitaram as vitórias pra dar recados de insatisfação dos parlamentares com o Supremo Tribunal Federal“, disse Mello, em entrevista a Natuza Nery.
“O Rodrigo Pacheco estimulou, na verdade, que os senadores os parlamentares aprovem algum tipo de legislação para restringir, por exemplo, as decisões monocráticas do Supremo. A gente sabe que essa é uma queixa muito recorrente dos parlamentares: que os ministros do Supremo estariam decidindo sozinhos sobre questões que são afeitas ao Legislativo. Com isso estaria ocorrendo a tal da politização do Judiciário“.
Para Mello Franco, embora o pior cenário para o Supremo fosse a vitória de Rogério Marinho, a reeleição de Lira e Pacheco indica que o Judiciário continuará pressionado pelos próximos anos. (Fonte: g1)